sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O autoritarismo é ensinado por aqueles que deveriam defender a democracia no Amazonas

Escola do crime
As instituicoes educativas na regiao amazonica estao penetradas pelas praticas herdadas do regime ditatorial, o fato da maioria das universidades publicas amazónicas terem sido criadas durante o regime militar indica a influencia oculta do militarismo e a ideologia autoritaria nestas instituicoes, muitos quadros de direcao nas universidades sao de militares aposentados precisamente depois do final da ditadura militar  que depois passaram a ser professores destas universidades, coroneis aposentados chefiam unidades academicas de universidades estaduais e federais na Amazonia.  Isso demonstra que nao houve uma mudança de fundo entre o regime ditatorial e a democracia implantada a seguir, muitos agentes do regime mantiveram suas posições de poder e ainda mantém isto sem haver sido feito uma revisão de sua participação na ditadura e na manutenção do regime de facto.

Muitas praticas de assedio moral contra professores, técnicos e alunos das universidades da região sao efectuadas usando técnicas aprendidas nas escolas militares de tortura, contrainteligencia e o fato dos directores de unidades ser exmilitares é usado por eles para ameaçar, assediar e perseguir aqueles que nao concordam com praticas de corrupção, excesso de poder e nepotismo.

O escurantismo na região ainda e mantido pela presença maciça de agentes de igrejas católicas e evangélicas nos quadros das escolas, colegios e universidades publicas amazónicas que sistematicamente impedem a implantação de um ensino laico, democratico ajustado a valores do estado de direito e a racionalidade moderna, muitas das direcoes de unidades academicas de instituicoes financiadas com dinheiros públicos sao ocupadas por lideranças religiosas que usam estas instituições como palco de proselitismo religioso, destruindo a sadia separação entre a igreja e o estado, nao é raro ver em sala de aula de universidades pastores fazendo pregação em lugar de ministrar as aulas que deveriam ministrar. Isto nas universidades privadas é pratica costumeira.

Mas isso nao é exclusivo do sistema educativo, no poder judiciario dos estados amazónicos nao é raro ver juízes de direito que também sao pastores evangélicos fazendo pregação durante matrimónios civis realizados no fórum.

No Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia INPA, maior centro de pesquisa cientifica da região, servidores públicos param suas actividades de pesquisa para realizar actividades  religiosas dentro do predio publico e em horario de trabalho, e nao e raro as chefias presionar seus subalternos para participar das igrejas das quais eles fazem parte.
  

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Doutrina de segurança nacional ainda orienta as políticas de desenvolvimento amazónico

Doutrina de Segurança Nacional Amazónica
A doutrina de seguranca nacional foi criada pelos Estados Unidos e as oligarquias da America Latina para impedir o ascenso do movimento social organizado na regiao conseguindo deter o avanco da democracia por decadas nestes paises, favorecendo a concentracao, monopolizacao e centralizacao dos recursos naturais e humanos nos grupos leais a este regime. Na regiao amazonica este modelo ainda sobrevive no fundo das relacoes politicas regionais ja sem a participacao direta dos Estados Unidos.

Muitos estatutos juridicos herdados da doutrina de segurança da época ditatorial ainda estao em vigencia na regiao amazonica, a comecar pelos aberrantes privilegios que as forcas armadas tem apropriandose das melhores terras urbanas e rurais da regiao, recebendo beneficios extraordinarios por suposta insalubridade, localidade ou risco derivados de estar morando na regiao amazonica, muitos destes militares sao de origem nao amazonica, pelo que enxergam a regiao como uma colónia para ir ganhar um dinheiro facil e rapido e depois voltar a sua terra de origem e aplicar esse dinheiro fora da Amazonia. Praticamente todas as instituições federais presentes na região recebem estes benefícios extraordinários alem de ter moradia, transporte, alimentação, educação e saúde gratuitos.

A população da Amazonia nao recebe nem 1% destes benefícios e ficam sumidos na estigmatizacao derivada da visão vendida pelos agentes estatais para justificar esses benefícios extraordinários, baseada na insalubridade, isolamento e periculosidade da região e sua população. Um fiscal da receita federal ou um juiz federal devem contribuir com o discurso da extrema periculosidade da região para justificar seus salários extras.




Ditadura Militar na Amazonia um passado presente

A violencia escondida
Estes textos vem a reflexionar sobre a atualidade da heranca deixada pela ditadura militar na Amazonia, pretendese afirmar que uma das causas das dificuldades de desenvolvimento sustentavel na regiao seja a sobrevivencia de instituicoes, grupos de interesse, praticas e individuos que mantem a regiao sumida no atraso deste periodo para usufruir dos recursos e vantagens derivadas disto.

A fotografia mostra como a violencia atual provem de fatos passados, que a posse de armas é um dos fatores chaves na violencia institucional existente na Amazonia.

Também a imagem mostra como o exercício do monopólio da forca na região pelas policias militares esta direcionado a preservar privilégios de elites regionais que usam a forca policial como seu corpo de segurança privado, usando dele para atingir interesses económicos, políticos e sociais, alem de expropriar com apoio destas forcas terras e recursos de populações indígenas, caboclas e quilombolas.

Esta violencia escondida é aceita de forma velada pelo governo federal e a elite nacional brasileira pois  também tem a Amazonia como sua área colonial, área de extrativismo mineral, madereiro e pecuario. A presença das forcas armadas e a forca nacional na regia intimidando a população e atuando como exercito de ocupação mas que como policia cidadã sao indicador disto.