quarta-feira, 31 de agosto de 2022

MODERNIDADE E MODERNIZAÇÃO: O ESCATOLOGICO DESOCULTAMENTO DA NATUREZA COMO BIODIVERSIDADE E BIOTECNOLOGIA NA AMAZONIA

 

Para entender o desocultamento do mundo da vida natural como biodiversidade e biotecnologia, deve-se enfrentar a oposição entre modernização e modernidade, a modernização entendida como um animal selvagem que dispõe de meios técnicos imensos para realizar sua vontade instintiva de dominação e a modernidade como um ser humano cansado de sua própria caminhada de recusa a agir como um animal instintivo com fome de sangue; posto que já se chegou ao ponto em que os mecanismos funcionais da modernização são aplicados ao campo dito natural de forma indiscriminada existe o risco de que a modernização do mundo natural não sobrevivera ao fim da modernidade cultural de que derivou. “Nesta perspectiva a modernização [do mundo natural] (...) não pode sobreviver ao fim da modernidade cultural, de que derivou, não devera poder resistir ao anarquismo <<vindo dos tempos imemoriais>>, cuja bandeira a pós-modernidade arvora”.

Para descrever como a modernização técnica do mundo pode-se impor sobre a modernidade cultural que a origino, no mundo não moderno da Amazônia, até esmaga-la, devemos descrever como a técnica se diferencia de sua origem cultural e se posiciona como o meio privilegiado para o desocultamento do Ser-Mundo humano e natural não moderno.

A proposta imagética de Habermas não pode ser mais esclarecedora sobre a relação entre os objetos-sujeitos e as ideias, afirmando que nas ideias e nos objetos produzidos pela modernização se esconde a mera vontade de poder, o poder objetivado ou subjetivado. Nos objetos de aço é onde está “cristalizada” esta condição dual dos objetos. Uma arma de fogo ou uma faca possui duas faces: uma ideia de poder objetivada e um objeto de posse subjetivado, o mesmo pode ser dito das biotecnicas e da biotecnologia.

Insurge a pergunta sob como enxerga esta visão de mundo, as ideias e objetos do mundo da vida humana e natural? Foucault pode responder no caso do mundo da vida humana, no âmbito da linguagem, das palavras e das coisas ou na governomentalidade e na biopolitica, na situação do mundo da vida natural ainda subsiste a disputa e para esclarece-la um pouco vai-se dialogar com Martin Heidegger e sua crítica da técnica moderna.


PALAVRAS CHAVE

Modernidade, Modernização, Desocultamento da natureza, Biodiversidade, Biotecnologia

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