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A procura da verdade, o dever ser e a autenticidade |
1. O SUJEITO COMO OBJETO: BRUNO LATOUR COMO OBJETO DE INDAGAÇÃO
Técnica para o Patrício,
Técnica para a Massa,
Técnica do Patrício para a Massa,
Técnica da Massa para o Patrício,
Técnica para a Técnica.
C.Torres, Belém do Pará ,2003
Bruno Latour nasceu em 1947 em Beaune na Borgonha francesa, no meio de uma família de cultivadores de uvas. Recebeu treinamento na área de filosofia e antropologia. Depois de fazer estudos de campo na África e Califórnia Latour se especializou na analise do trabalho de cientistas e engenheiros. Além de trabalhos em filosofia, historia, sociologia e antropologia da ciência, ele tem ajudado em muitos estudos em políticas da ciência e gestão da pesquisa. Ele escreveu “... Laboratory Life the construction of scientific facts (Princeton University Press), Science in Action, and The Pasteurization of France (both at Harvard University Press)”, os dois primeiros livros já traduzidos ao português.
Ele também publicou um estudo sobre o sistema de metro automatizado “Aramis” ou o amor da tecnologia e um ensaio sobre antropologia simétrica “We have never been modern”, os dois com a editora de Harvard e traduzidos em quinze linguagens incluído o português. Ele também publicou com a editora de Harvad a serie de ensaios “Pandora's Hope:Essays in the Reality of Science Studies.”. Este autor se debruça sobre resultados que os estudos da ciência tem obtido acerca de vários assuntos tradicionais da ciência social como a religião e o culto moderno aos“deuses fatiches”, a linguagem religiosa e, também, a teoria social com o uso de ensaios fotográficos sobre aspectos técnicos e sociais da cidade de Paris. Depois de haver dirigido varias teses em ambientes de crise, ele decide publicar um livro sobre a filosofia política dos ambientes da Política da Natureza , publicado pela Harvard University Press.
Depois de um longo trabalho de campo numa das cortes superiores da França, ele publicou um trabalho sobre uma “Fabrica do Direito” que é monografia sobre o Conselho de Estado desse país. Desde 1982 tem sido professor no “Centre de sociologie de l'Innovation at the Ecole nationale supérieure des mines in Paris” e por várias vezes, professor visitante no UCSD no “London School of Economics and in the history of science department of Harvard University.” Depois de haver sido o curador da mostra “Iconoclash”, ele esta preparando outra exhibição no ZKM junto a Peter Weibel "Making Things Public" que deve abrir em 2005.
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Os olhos da razao |
Antropólogo, sociólogo e filósofo, Bruno Latour é um dos mais importantes pensadores contemporâneos. Acostumado a provocar polêmicas, suas obras geralmente não respeitam os limites estreitos da divisão acadêmica do conhecimento, recusando-se a conformar-se a compartimentos estanques e bem definidos. A Socio-antropologia praticada por Latour ocupa um lugar especial no quadro desta interdisciplina e é emblemática da proposta de seu autor.
O sociólogo concentra seu olhar privilegiado sobre a Modernidade e a Modernização na noção multiforme de crença e verdade, procurando intensificar o diálogo entre os que falam de fatos e os que falam de fetiches. O título do original grafa fatiche, termo sem equivalente em português, que propõe um jogo sutil com os significados de dois fonemas quase idênticos em francês fait (feito, fato) e fétiche (fetiche), que se procurou destacar na tradução, ainda que tenha sido impossível repetir a sonoridade francesa. Assunto tratado no livro, lançado no Brasil pela EDUSC – Editora da Universidade do Sagrado Coração DE Santa Catarina. O enfoque de Latour, para a análise da Modernidade e a Modernização baseado na Sociologia das ciências e na Antropologia simétrica, é desenvolvido com a cautela própria dos estudiosos experientes propondo problemas e discutindo possíveis soluções para uma questão central do conflito entre Modernidade e Não Modernidade: Como falar simetricamente de nós [Norte - Ocidente] como dos outros [Sul- Oriente], sem acreditar nem na razão nem na crença, e respeitando ao mesmo tempo os fetiches e os fatos, que nos constituem?
Bruno Latour imageticamente indica como devem ser realizadas entrevistas sobre a realidade dos estudos científicos e em geral sobre a realidade da Modernização Ocidental.3 Com a realização de perguntas por fora dos contextos de produção destas realidades. Ir num lago belo e tranqüilo para perguntar sobre a ciência dura e sua legitimidade, não fazer a entrevista no laboratório. Uma outra recomendação é o enmascaramento do entrevistador ou da situação estudada, onde esta não é tomada como objeto de estudo, e sim como algo lúdico, ou algo pouco importante para o pesquisador. A espectacularização da situação pode produzir revelações sobre a realidade destas praticas sobre verdade, a troca, o dever e a autenticidade. De forma estranha a fotografia ajuda a conseguir este “efeito” de enmascaramento. Fotografar o moderno ou o não moderno.2
Latour na sua obra afirma que, as rupturas que o processo da modernização crio entre os mundos da vida humana e natural, e suas esferas foram produzidas para “separar” e “manter” quotas de poder de grupos, e que estas esferas e suas praticas de legitimação devem ser olhadas como praticas de manutenção do poder. Ele afirma ainda que estas práticas de legitimação da modernização devem refletir-se no trabalho de campo quotidiano. Por exemplo, a existência de alimentos dos Patrícios de uma sociedade, e alimentos da massa da sociedade. Por exemplo a manga Tommy importada do Nordeste e vendida nos supermercados, representa isso com relação à manga Bacuri nativa e vendida nas ferias livres, no estuário amazônico.
De esta prática de legitimação fazem parte os “fatiches” que são misturas de fato e fetiche, de mundo não humano e mundo humano. Um fato como a venda de uma fruta de manga num supermercado esta fusionado
com um fetiche, que é a marca de uma Cooperativa de produtores colada à fruta, que pretende mostrar uma suposta qualidade de origem da fruta, o que permite cobrar “um preço” maior pela fruta estampado num código de barras. Assim aceitaremos o que Latour diz sobre que “não existe nenhuma realidade sem representação” (p.346) reafirmando a necessidade de reunir os objetos e os sujeitos na descrição da sociedade. Outra orientação importante proposta por Bruno Latour é a necessidade de entender que estas situações de pesquisa sobre a modernidade devem ser “vivências” do pesquisador onde a objetividade do “cientista” e substituída pela “objetividade subjetivada” do pesquisador que vive a experiência.
Como Bruno Latour diz se deve ser ambidestro para conseguir reunir as dois coisas contidas no momento de reconstituir o mundo. O que se pretende entender com este método é, como e porque o ser humano põe o mundo a sua escala de vivência e representação construindo uma realidade padronizada. Segundo palavras de Latour “pôr o mundo em palavras” Da mesma forma como o ar condicionado padroniza o ar da sala onde foram escritos estes textos dentro de uma universidade pública da cidade de Belém do Pará. Para isso Bruno Latour indica uma visão imagetica desta construção da modernidade, que quando não for desenvolvida pelo pesquisador, pode ser construída com o uso da fotografia. O “Ato Fotográfico” permite segundo Latour, enquadrar o momento da posta em escala humana do mundo. A representação na forma de mapas e cartografias, segundo Latour, também ajuda a este processo. Para Latour o momento da vivência da modernidade se produz quando duas inscrições da realidade acontecem e se enfrentam uma com outra, um mapa e uma fotografia, uma musica e uma narração oral, a boca com a comida, gerando o “dialogo da realidade com se mesma”.
Mas para seguir o processo de modernização, somente é possível obter imagens e inscrições de sua conflitiva constituição em locais onde seguindo a Latour, “a ciência não e mistura bem é onde é mais necessária” . Seria algo assim como captar o “Sorriso do Mundo” no interlúdio entre sua dimensão natural e humana.
A rede |
As teses de Latour podem contribuir a iluminar a crise do processo de modernização na Amazônia com o uso da idéia da rede sociotecnica da biodiversidade. Latour (1994 p.7) expõe uma crise derivada da crise geral do processo de modernização, onde as ciências da sociedade e da natureza não conseguem isoladas uma da outra fazer sentido de acontecimentos que ele nomeia como “híbridos”, onde se misturam caoticamente fatos de conhecimento cientifico, ações sociais e interpretações culturais de um ou outro acontecimento. “O mesmo artigo [jornalístico] mistura, assim reações químicas e reações políticas”.
Para reatar o Nó Gordio da separação entre os fatos híbridos, as ciências naturais e humanas que pretendem explica-los e os sujeitos que fazem isto. Este autor propõe que se deve atravessar, tantas vezes forem necessárias, o corte que separa os conhecimentos naturais e o exercício do poder. Os pesquisadores e intelectuais [eu dentro deles] são híbridos, instalados precariamente no interior das instituições cientificas, meio engenheiros, meio filósofos, um terço instruídos sem que o desejassem; optam por descrever as tramas onde quer que estas os levem. O meio de transporte é a noção de tradução ou de rede (LATOUR, 1997, p.9), como já se viu mais flexível que a noção de sistema, mais histórica que a de estrutura, mais empírica que a de complexidade, a rede é o fio da meada destas historias confusas, agindo na perspectiva de um observador interno (ANDRADE, 2000).
Este autor mostra como “estes trabalhos continuam sendo incompreensíveis porque são recortados em três segmentos de acordo com as categorias usuais dos críticos. Ou dizem respeito à natureza, ou à política, ou ao discurso” (LATOUR1994, p.9), da mesma forma os trabalhos sobre a organização do mundo da vida natural e da diversidade da vida situam-se incomodamente em meio dos campos da antropologia, o direito, a sociologia rural, a ecologia humana, a ecologia de comunidades, sem conseguir fazer a massa crítica necessária que permita entender a diversidade por se mesma e não como um caso especial de um destes campos acadêmicos.
O autor propõe um certo tipo de reflexão e interpretação nova que não diga respeito à natureza ou ao conhecimento, às coisas-em-si, mas antes a seu envolvimento com os coletivos e com os sujeitos, as coisas-para-se. Não se fala do pensamento instrumental, mas sim da própria natureza da sociedade (LATOUR, 1994, p.9). Seria necessário neste caso mapear a rede sociotecnica do uso das espécies além das tramas tecidas pelas técnicas e as ciências naturais, por fora do puro pensamento instrumental calculista tão criticado pelos cientistas humanos, e dentro da política e das procuras e criações de significado que a sociedade desenvolve para fazer sentido de sua realidade.
Assim descrevendo a organização do uso das espécies na Amazônia, estar-se-ia estudando o desenvolvimento da região acoplando às espécies com a comunidade humana, os instrumentos, as praticas que pouco lembrariam o calculo instrumental dos engenheiros e cientistas, mais uma ação orientada politicamente que procura criar significado para a comunidade humana que usa a diversidade da vida natural e humana. O autor diz “mas então é política? Vocês reduzem a verdade cientifica a interesses e a eficácia técnica a manobras políticas?” (LATOUR, 1994, p.10) Ou o que é o mesmo as verdades cientificas sobre a diversidade da vida amazônica e seu uso futuro seriam reduzidas a manobras políticas, seguindo a crítica que Vayda (1999) faz para a relação entre uma ecologia politizada e uma política ecologizada.
O autor (LATOUR, 1997, p.10) chama a atenção que “não estamos falando do contexto social e dos interesses de poder, mas sim do envolvimento do contexto social e das relações de poder nos coletivos e nos objectos. A organização da marinha americana será profundamente modificada pela aliança feita entre seus escritórios e suas bombas” E termina dizendo “a cada vez, tanto o contexto quanto a pessoa humana encontram-se redefinidos”. Assim caberia perguntar-se como se envolvem os contextos sociais e políticos de uma localidade amazônica com seus objetos e seus coletivos, com seus biotopos, espécies vegetais e famílias humanas.
Assim ao mapear as redes sociotecnicas do uso das espécies vegetais estar-se-ia analisando a suficiência alimentaria de uma comunidade humana e da estratégia de uso da diversidade da vida, como também de uma retórica de sucesso ou fracasso para os membros de uma comunidade local amazônica que pela sua vez liga-se à natureza dessa diversidade da vida e a inserção social dessa diversidade na comunidade e em contextos espaciais, materiais e temporais mais amplos, como a cidade de Belém. O autor diz também que “É verdade, entretanto que se trata de retórica, estratégia textual, escrita, contextualização e semiótica, mas de uma nova forma que se conecta ao mesmo tempo à natureza das coisas e ao contexto social, sem, contudo reduzir-se nem a uma coisa nem a outra” (LATOUR, 1994).
O autor afirma que a vida intelectual atual é mal construída. “A epistemologia, as ciências sociais, as ciências do texto, todas tem uma reputação, contanto que permaneçam distintas. Caso os seres que você esteja seguindo atravessem as três, ninguém mais compreende o que você diz. Ofereça às disciplinas estabelecidas uma bela rede sociotécnica, algumas belas traduções, e as primeiras extrairão os conceitos, arrancando deles todas as raízes que poderiam ligá-los ao social ou à retórica; as segundas irão amputar a dimensão social e política, purificando-a de qualquer objeto; as terceiras, enfim, conservarão o discurso, mas irão purgá-lo de qualquer aderência indevida à realidade e aos jogos de poder” (LATOUR, 1994).
A noção de “ser” é interessante, pois trata os objetos e os sujeitos como seres animados “vivos”. A “rede sociotécnica” ou a “tradução sociotécnica” são formas de representar esta animação dos “seres” “vivos” conceitos, ações e discursos comporiam um ser da rede ou da tradução que deve ser mapeada. Segundo o autor os críticos do mundo da vida desenvolveram três repertórios que articulados numa “tripartição crítica” podem orientar as possíveis abordagens dos híbridos e suas redes: a naturalização, a socialização e a desconstrução. A natureza dos fatos seria estabelecida, as estratégias de poder previsíveis e não seriam apenas efeitos de sentido projetando a pobre ilusão de uma natureza e de um locutor. (LATOUR, 1997), contribuindo para a excisão entre mundo da vida humana e mundo da vida natural.
Para isso acontecer fatos, poder e discurso constituem redes que nem são objetivas, nem são sociais, nem são efeitos de discurso sendo ao mesmo tempo reais, coletivas e discursivas. “Será nossa culpa se as redes são ao mesmo tempo reais como a natureza, narradas como o discurso, coletivas como a sociedade?” (LATOUR, 1997) Assim seguir a trama destas redes da diversidade da vida humana e natural no estuário amazônico pode ajudar a romper com a excisão que a tripartição crítica crio. Estas redes como o autor afirma são expatriadas e devem voltar a rever sua nacionalidade e naturalidade. Estas redes ou tramas sociotécnicas serviram para seguir as trajetórias das plantas, espécies, mercadorias e produtos no mundo da vida natural e sua passagem para o mundo da vida humana onde estes sujeitos-objectos se relacionaram com as interdições e tabus que a onipotência das idéias humana cria.
Devendo se entender o que as leis, o poder, a moral e a comunicação dizem sobre a diversidade do mundo da vida na Amazônia. Seguindo a Latour (1997, p.16) na sua interpretação do que é a modernidade e a modernização vai-se seguir o curso das redes sociotécnicas onde estas se conformam de dois conjuntos de práticas totalmente divergentes que para permanecerem eficazes, devem permanecer distintas. O complicador atual é que estas práticas paulatinamente estão deixando de ser separadas e distintas. Para Latour o primeiro conjunto de praticas cria por “tradução”, ou mediação, misturas entre gêneros de seres completamente novos, híbridos de natureza e humanidade, por exemplo, uma semente modificada geneticamente. O segundo cria por “purificação”, duas zonas ontológicas inteiramente distintas, a dos humanos por um lado, e a dos nãohumanos de outro. Os processos de experimentação, mercadorização, racionalização e escravização são exemplos dessa partição que atingem as esferas do mundo da vida humana e natural. Segundo Latour sem o primeiro conjunto as práticas de purificação seriam supérfluas. Sem o segundo conjunto, o trabalho de tradução seria freado.
Latour considera o primeiro conjunto formado por redes técnicas e o segundo conjunto por redes críticas. O primeiro conjunto de práticas conectaria em uma malha contínua a biologia molecular, as estratégias científicas e industriais com as preocupações dos chefes deEstado e dos ecologistas; entanto que o segundo separaria o mundo natural de uma sociedade com interesses e dos discursos de referência tanto sociais como naturais. As instituições criadas para realizar este trabalho devem ser estudadas e os sujeitos que as ocupam indagados para identificar estes conjuntos de praticas. Sendo possível desvendar a trama da diversidade do mundo da vida humana e natural na situação da planície amazônica; onde se misturam as não-modernidades com a modernidade das coisas e das pessoas. Estendendo às coisas a democracia que foi constituída para os sujeitos reconstituindo assim a trajetória da modernidade na região.
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Olhando para o futuro |
A este processo se lhe da o nome de Re-constituição da/na Modernidade na Amazônia onde os políticos e cientistas serão indagados simetricamente. No caso das constituições políticas do mundo da vida humana, a tarefa caberia aos juristas somente que eles esqueceram de regular o poder cientifico e o poder dos híbridos que a tradução cria. No caso da natureza ou do mundo da vida natural, a responsabilidade seria dos cientistas somente que eles deixaram de regular o poder político e negaram a eficácia dos híbridos ao mesmo tempo que os criavam e multiplicavam. Assim descreveremos os ramos do governo do mundo moderno no estuário e suas trajetórias em especial o governo da natureza e das ciências exatas que é aquele que esta mais ocultado na atualidade pelos processos de purificação.
Segundo Latour esta comunidade experimental impõe um vocabulário de demarcação que deve ser situado historicamente na sua convencionalização. Para isso deve-se evitar utilizar de forma superficial a língua desses atores nas explicações formuladas neste estudo. É precisamente esta linguagem que permite conceber a política como algo exterior à ciência que se tenta compreender e explicar (LATOUR, 1997, p.21). De todas maneiras esta processo de constituição da modernidade acontece atualmente como algo habitual e convencional diferentemente do momento da sua instalação quando atingiu os moldes de uma revolução cientifica, racionalista e sistemática facilitando sua visualização.
Devem ser identificadas as “redes simbólicas de domesticidade” que como um “campo humano” atinge a totalidade sem criar uma antinomia entre natureza e humanidade, ate o ponto onde o campo humano não pode mais se comunicar com o domínio do natural pela ausência de uma linguagem inter-referencial entre os agentes. Esta constituição apresenta-se como representações cientificas e políticas onde “cabe a ciência a representação dos não humanos, mas lhe é proibida qualquer possibilidade de apelo à política; cabe a política a representação dos cidadãos, mas lhe é proibida qualquer relação com os não-humanos produzidos e mobilizados pela ciência e pela tecnologia” (LATOUR, 1997, p.34).
A modernidade cria o Estado instancia de representação dos humanos e os Laboratórios e as Sociedades Cientificas, instancias de representação dos não-humanos que no decorrer do tempo foram transformandose ate a situação atual que deve ser mapeada como parte da rede sociotécnica da diversidade do mundo da vida humana e natural. O autor propõe que a Referencia Circulante nas Amostragens pode ser utilizada para compreender relações entre objetos supostamente naturais, como seriam o solo e as arvores da floresta amazônica, com o seres humanos que os indagam e manipulam. Esta pratica cientifica de “acondicionar o mundo em palavras” (p.39) é desvendada por Latour quando faz uma montagem fotofilosofica da pratica cientifica. “Se uma imagem vale mais que mil palavras, um mapa, vale mais que uma floresta inteira.
Deve-se fazer mapas dos locais onde a interação entre a diversidade do mundo da vida humana e natural se da, onde as espécies da diversidade vegetal interagem com as espécies da diversidade humana, os quintais familiares, os mercados populares, os supermercados, as agroindústria e os laboratório científicos no caso desta pesquisa. Assim podemos identificar a referencia circulante que existe nestes lugares, as praticas que acabam por articular proposições, a cadeia de transformações, a viabilidade de sua circulação. Os deslocamentos que acontecem em espaço, tempo, matéria e energia com as espécies e seus manipuladores nas ordens da verdade, o dever ser, e a representação ou será melhor dizer nos aspectos científicos, políticos e estéticos.
2 LATOUR, BRUNO (2001). A Esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos
científicos, Bauru, SP: EDUSC.
C.Torres, 2004 A obra de Bruno Latour a Modernidade e a Modernização no Brasil e na Amazônia
(1)Na epoca 2004. Camilo Torres Sánchez, Biólogo, 34, era mestre em planejamento do desenvolvimento e doutorando em desenvolvimento agricultura e sociedade Universidade Federal Rural de Rio de JaneiroCPDA/UFRRJ.
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